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Publicado no R7 em 28/09/2009
É praticamente impossível imaginar Kaká disputando o Brasileirão, mas é algo parecido com isso que ocorre na Liga Futsal, a principal competição do esporte no país. Nela está Falcão, o craque que rema contra a corrente e conseguiu se tornar o melhor jogador do mundo sem sair do Brasil.
Aos 32 anos, Falcão está desde 2003 no Malwee/Jaraguá, de Santa Catarina, com uma breve saída de três meses para defender o São Paulo no futebol de campo. Seu currículo inclui outras sete equipes de futsal: Guapira, Corinthians, GM/Chevrolet, Atlético Mineiro, Rio/Miécimo, São Paulo/Barueri e Banespa.
- Recebi várias propostas ao longo da carreira e elas ainda continuam chegando, mas eu prefiro jogar no meu país, perto da família e dos amigos. Tenho um contrato muito bom com a Malwee e patrocínios individuais, o que faz com que eu jogue no Brasil e mesmo assim tenha um bom retorno financeiro.
Uma aventura no exterior não está descartada, mas Falcão avisa: tem que valer muito a pena.
- Todas as propostas são estudadas, mas para eu sair do Brasil, hoje, teria de ser uma coisa muito boa, financeiramente e pessoalmente.
Para muitos atletas nacionais, jogar fora do país significou, também, mudar de pátria. No último Mundial, disputado no ano passado, no Brasil, a seleção da casa foi campeã deixando pelo caminho várias equipes que contavam com compatriotas, inclusive a vice-campeã Espanha, que tinha entre seus principais jogadores os brasileiros Daniel, Marcelo e Fernandão.
Falcão já teve desentendimentos em quadra com brasileiros que defendiam outras seleções, mas hoje prefere ser mais político e enaltecer a alegria em jogar com a camisa amarela.
- Cada um tem que buscar a sua felicidade e realização, mas sem dúvida é muito gratificante defender a seleção brasileira. Eu acredito que este é o maior sonho para qualquer jogador.
No campo - Muitos craques do futebol atual desenvolveram habilidade nas quadras de futsal. Entre outros, Ronaldo, do Corinthians; Ronaldinho Gaúcho, do Milan; Ricardinho, do Atlético Mineiro; e Alex, do Fenerbahçe, da Turquia.
Todos eles, no entanto, trocaram a quadra pelo campo ainda garotos. No caso de quem chega a se profissionalizar, como Falcão, a transição é bem mais complicada. O melhor jogador de futsal do mundo chegou a treinar no Palmeiras e na Portuguesa, mas foi apenas na terceira tentativa, no São Paulo, que conseguiu de fato jogar uma partida profissional, em 2005.
- Foi uma passagem que considero bastante positiva, fiz bons amigos tanto no time quanto na diretoria, e tenho um carinho muito grande pelo São Paulo até hoje.
A vida de Falcão no São Paulo, na verdade, não foi fácil, já que o técnico Emerson Leão relutou em colocá-lo em campo. Entrou poucas vezes, sempre deixando o banco de reservas. Mesmo tendo participado da campanha dos títulos do Campeonato Paulista e da Copa Libertadores, acabou desistindo. Segundo ele, a diretoria do clube sugeriu renovar seu contrato, mas ele próprio recusou.
- Resolvi voltar para o futsal porque este é o meu esporte. Desde o início da minha carreira eu preferi jogar nas quadras, e sempre senti vontade de voltar.
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