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Del Potro recorda o dia em que atropelou Guga

Justin Lane/EFE
Argentino ainda tinha 18 anos quando derrotou o ex-número 1 do mundo nos Estados Unidos

Publicado no R7 em 27/09/2009

Juan Martin del Potro ainda era um garoto quando encontrou pela frente um de seus jogadores favoritos: Gustavo Kuerten. O jogo valia pela primeira rodada do Masters Series de Indian Wells de 2007, um dos principais torneios do circuito profissional de tênis, e o brasileiro, com 30 anos, fazia sua última tentativa de voltar a jogar em alto nível. 

Fisicamente fragilizado, Guga foi presa fácil. Del Potro, então com 18 anos, venceu por 2 sets a 0, parciais de 7-6 (7-5) e 6-2, em pouco menos de uma hora e meia de partida. O argentino não se esquece daquele jogo. 

- O Guga é uma pessoa muito querida por todos no circuito, e tinha um estilo de jogo parecido com o meu, sempre atacava. Eu gostava de vê-lo jogar, fiquei contente por ganhar dele, mas foi uma pena não poder enfrentá-lo quando ele ainda estava no auge. 

Foi a primeira vitória de Del Potro num Masters Series, a segunda série de torneios mais importante do tênis mundial, hoje chamada de Masters 1000. Ele ocupava então a 65ª posição no ranking, e dali para a frente seu caminho foi só para o alto. 

Em 2008 o argentino alcançou um feito inédito na história do tênis profissional: ganhou seus quatro primeiros títulos, todos em semanas seguidas, em Stuttgart, na Alemanha; Kitzbuhel, na Áustria; Los Angeles e Washington, nos Estados Unidos. Em 2009, venceu em Adelaide, na Nova Zelândia, e foi bicampeão em Washington (EUA), mostrando que estava forte para o Aberto dos Estados Unidos, onde surpreendeu o mundo ao derrotar Roger Federer na final. 

A vitória no último torneio do ano de Grand Slam, a principal série do esporte, veio no mesmo local onde se aposentou um de seus heróis, o norte-americano Pete Sampras, que abandonou o tênis em 2002, após a conquista de seu quinto título em Nova York. 

- Quando era pequeno, meu ídolo era o Pete Sampras. Quem não gostava de vê-lo jogar? Mas eu também gostava do [australiano] Lleyton Hewitt e do [russo] Marat Safin. Eu tentava imitar o Safin jogando. Do Hewitt, gosto da garra que ele coloca em cada jogo.

No futuro, no topo - Juan Martin del Potro surpreendeu o mundo do tênis há duas semanas, ao conquistar o título do Aberto dos Estados Unidos e acabar com o domínio do suíço Roger Federer, que tentava o sexto título seguido do torneio. Aos 21 anos, completados na última quarta-feira (23), ele sonha com o dia em que será o primeiro argentino a ocupar o primeiro lugar no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).

- Roger, Rafa e Murray estão alguns degraus acima de mim. Eu preciso continuar trabalhando duro para chegar onde eles estão, pois acredito que o meu ranking seja consequência do meu trabalho e dos meus resultados. Quero ser o número 1, mas não fico pensando nisso todos os dias. 

Del Potro é hoje o melhor entre muitos tenistas argentinos de alto nível. No ranking divulgado na última segunda-feira (21), havia oito deles entre os cem primeiros, sendo seis acima do melhor brasileiro, Thomaz Bellucci, o 64º colocado. 

- Não sei explicar exatamente o porquê de a Argentina ter mais jogadores que o Brasil, mas nós tivemos algumas boas gerações recentemente e isso acaba puxando os mais novos a acreditar que também podem ser bons. Mas nós nunca tivemos um número 1 como o Brasil teve, com Guga [Gustavo Kuerten], e espero que possamos mudar essa história um dia. 

A rivalidade entre argentinos e brasileiros não chegou ao tênis. Na Copa Davis, a competição por países, os vizinhos estão na primeira divisão, o Grupo Mundial, que o Brasil não disputa desde 2003 e para o qual perdeu a chance de subir no último domingo (20), ao ser derrotado em duelo contra o Equador. Del Potro ainda esteve no time que foi vice-campeão da Davis no ano passado, derrotado pela Espanha na final, em Mar del Plata, na Argentina. 

Apesar da vantagem argentina sobre os brasileiros, nos jogos que disputa no circuito profissional, não leva em consideração a origem do rival em quadra. 

- Os brasileiros e os argentinos são bastante amigos fora da quadra. E, quando entro, não penso qual é a nacionalidade do meu adversário, só quero jogar meu melhor tênis e vencer.

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