Parentes de Giovanni, 18 anos, pediram a presença do meia e se emocionaram com a vaga na final do Mundial de Clubes
Publicado no Globoesporte.com em 12/12/2012
“Põe o Gi!”. Não tinham se passado nem dois minutos do jogo entre Corinthians e Al Ahly quando Tite levou a primeira “cornetada” de um grupo de corintianos reunidos em Sorocaba, no interior de São Paulo. Uma turma que vibrou muito quando, antes de a partida começar, a TV mostrou o banco de reservas do Timão.
O foco de tanta atenção era o caçula entre os “23 samurais”: o meia Giovanni, de 18 anos, que preferiu ir para o Mundial, mesmo na condição de provável reserva durante toda a competição, a defender o Brasil no Sul-Americano Sub-20 que será disputado em janeiro, na Argentina.
Sua mãe, Silvana, a avó, Iracema, e a irmã, Caroline, reuniram alguns amigos e familiares para assistir ao jogo no salão de festas do prédio em que vivem, num bairro de clásse média de Sorocaba, com direito a café da manhã e muita festa pela vitória por 1 a 0 que levou a equipe à final do Mundial de Clubes, no Japão.
O grupo era pequeno, com 12 pessoas e dois cachorrinhos, mas barulhento. Vibrou muito a cada lance de perigo criado pelo Timão no primeiro tempo, e sofreu bastante com a pressão dos egípcios na etapa final.
O primeiro susto veio cedo. Com 10 minutos, a TV mostrou o banco e todos, ansiosos, se preguntavam: “Cadê o Gi? É ele ali, do lado esquerdo?”. E, antes que todos chegassem a uma conclusão, a cena foi substituída por uma perigosa bola alçada na área corintiana, cabeceada para fora por Rabia.
Explosão de alegria - O bom momento do Corinthians no primeiro tempo inflamou a torcida. Gabreille, uma das primas, pressentiu:
- O Guerrero vai fazer dois gols, vocês vão ver!
Uma tentativa aqui, outra ali, e finalmente o gol: após cruzamento certeiro de Douglas, o peruano Guerrero sobe a cabeceia a bola para o fundo das redes. Festa e agradecimentos à “previsão” da prima.
O gol deixou o pessoal mais relaxado, sensação que se estendeu durante o intervalo - que deixou os melhores momentos e o show do intervalo de lado para tomar o café. A conversa se prolongou e o ambiente ficou tranquilo durante os primeiros minutos da etapa final. Sônia Vestina, amiga da família, brincava com os repórteres presentes.
- Vocês não têm cara de corintianos, estão aí quietinhos, nervosos, querendo comemorar. Vocês precisam se permitir festejar! - disse.
Só que a pressão do Al Ahly na etapa final foi, aos poucos, deixando a turma nervosa. Todos já mal se lembravam do parente famoso no Japão, tanto que Tite nem foi criticado por manter Giovanni no banco e tirar do banco de reservas primeiro Romarinho, depois Jorge Henrique e por fim Guilherme Andrade
Paulinho levou uma “bronca” por uma chance perdida de matar o jogo. Gritos de “precisamos marcar um gol” eram ouvidos.
Dona Iracema, a avó do meia, já nem falava mais. Sem tirar os olhos da TV, mantinha as mãos juntas, em posição de oração, e só relaxou quando enfim o árbitro apitou o fim da partida. Estava rezando?
- Ah, tem que ser, né? Eu fico muito nervosa, mas ainda bem que ganhamos.
Ganharam e domingo tem mais: a festa para o jogo final já está marcada. No mesmo local, para dar sorte novamente.
- Vai ter mais gente, porque alguns que trabalham não puderam vir. Vamos fazer mais festa e se Deus quiser seremos campeões. Tudo bem se ele não jogar, nós sabemos que ele é novo e foi para aprender. O importante é o título. E que ele traga um presente para a avó, né? - diz Silvana Damásio, a mãe de Giovanni.
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