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"O Pan me projetou para o futebol", diz Jairzinho

Gazeta Press
Astro da Copa de 1970 estreou com a camisa da seleção na competição disputada em São Paulo em 1963

Publicado no R7 em 07/04/2011

A conquista da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de São Paulo, em 1963, foi o ponto de partida para a consagração internacional de Jairzinho. O craque, que seria uma das estrelas do tricampeonato mundial, em 1970, teve no Pan sua primeira chance com a camisa da seleção, e de lá saltou para estrelato.

- É uma lembrança totalmente positiva a que eu tenho do Pan, porque foi esse título que me projetou para o futebol. Eu tinha 17 anos, já estava no juvenil do Botafogo. Fui convocado, jogamos, ganhamos a medalha de ouro e na volta eu já virei titular no ataque do Botafogo, que era o ataque bicampeão do mundo, com Garricha, Didi e Zagallo.

Jairizinho deixou sua marca duas vezes na campanha do ouro: fez um gol na vitória por 10 a 0 sobre os Estados Unidos e outro nos 3 a 0 contra o Chile. O Brasil ainda venceu o Uruguai por 3 a 1 e, na final, empatou por 2 a 2 com a Argentina.

Os jogos foram realizados no Parque São Jorge, estádio do Corinthians, e a equipe, lembra Jairzinho, ficava hospedada nos alojamentos do Morumbi, o estádio do São Paulo, que ainda estava em construção.

O técnico era Antoninho, um treinador carioca que ficou famoso por revelar muitos talentos. Ele montou um forte time, com vários jogadores que, como Jairzinho, em breve seriam titulares de seus times. Outro tricampeão mundial estrearia na seleção naquele Pan: Carlos Alberto Torres.

- Era um grande time, com jogadores talentosos que, como eu, logo se destacariam em seus clubes e virariam titulares. Eu joguei como ponta-direita e o time todo foi muito bem, foi algo inesquecível.

Jairzinho estrearia na seleção principal no ano seguinte, numa vitória contra Portugal. Disputou a Copa de 1966 e se firmou como titular a partir de 1968. Em 1970, no México, marcou gols em todos os jogos da campanha vitoriosa do tri, o que lhe rendeu o eterno apelido de “Furacão da Copa”. Ele ainda disputou mais uma Copa, em 1974, e ganhou uma despedida festiva da seleção em 1982, num amistoso com a Checoslováquia.

Hoje, quase cinquenta anos depois, Jairzinho enxerga sua própria história em garotos que começam a arrebentar em grandes clubes e têm suas primeiras chances na seleção.

- Eu era apontado pela imprensa como um futuro craque, como acontece hoje com o Neymar, com o Lucas, que estão começando as carreiras deles. Ganhei o Pan e tudo foi ótimo para mim. Como seria se não ganhássemos o ouro? Nunca pensei nisso, até porque nós ganhamos.

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