Edson Lopes Júnior/R7 |
Publicado no R7 em 09/12/2010
Os torcedores palmeirenses saudosos do Palestra Itália, que está fechado para reforma e só voltará a ser utilizado em 2013, podem ficar com um pedaço do estádio graças ao trabalho de um são-paulino.
O comerciante Acácio Miranda, que faz questão de enfatizar suas raízes palmeirenses “de pai e mãe”, está vendendo cadeiras que ficavam no setor das numeradas, que foi apelidado como o lugar da “turma do amendoim” pelo técnico Luiz Felipe Scolari em sua primeira passagem pelo clube, de 1997 a 2000.
Ele encontrou as cadeiras num revendedor de sucata e, ao saber da origem, comprou uma para dar a um sobrinho, palmeirense fanático. Torcedores ficaram sabendo em listas de e-mails na internet, e, de uma hora para outra, Miranda se tornou o vendedor mais requisitado pela torcida do clube.
- Já mandei para outros Estados. Já veio gente de todas as regiões de São Paulo, de cidades próximas, até de Ribeirão Preto, para buscar cadeiras. É muito legal isso, porque você fica conhecendo pessoas novas, ouve suas histórias, sua ligação com o time. Essas coisas valem mais do que o dinheiro.
O comerciante, sócio de uma empresa que faz móveis com madeira reciclada, diz que a atividade vem tomando boa parte de seu tempo de trabalho, mas não esconde que teve um bom lucro com o negócio – ao todo, comprou cerca de 300 cadeiras, e hoje só tem 50 para vender.
A procura fez o preço aumentar: antes cotadas a R$ 50, agora as cadeiras valem R$ 100. E ele acha que, se o clube tivesse se preocupado em fazer da cadeiras um produto oficial, com um acabamento caprichado, poderia ter feito um bom dinheiro.
- As pessoas que eu conheci são todas consumidores com um bom padrão de vida, que têm dinheiro para gastar com isso. Acho que o clube poderia vender cada cadeira por até R$ 500, muita gente que veio aqui pagaria um valor desses.
O gerente de marketing do Palmeiras, Juan Rafael Brito, afirmou que o clube prepara ações para a venda de itens do velho Palestra Itália, inclusive cadeiras, desde julho, quando o estádio foi fechado, mas que ainda não há prazo para que o projeto seja concretizado. Segundo ele, o clube não tinha como aproveitar todas as cadeiras, nem como controlar o que é feito das que foram vendidas como sucata.
O termo “turma do amendoim” foi cunhado por Felipão, em sua primeira passagem pelo Palmeiras, como uma queixa às críticas durante os jogos que vinham, segundo ele, das numeradas atrás do gol, “uma turma que fica ali comendo amendoim e xingando”. Agora, com o fim do velho Palestra, o torcedor pode curtir em casa a sensação de ser um legítimo corneteiro.
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