Pular para o conteúdo principal

Mudar técnico é tradição da seleção após fiasco em Copas

Gazeta Press
Só um técnico, Cláudio Coutinho, disputou outra competição depois de um tropeço

Publicado no R7 em 04/07/2010

Ao ter sua demissão anunciada neste domingo (4), Dunga se juntou à lista de técnicos que deixaram a seleção brasileira após um fracasso na Copa do Mundo. 

Das 14 Copas que o Brasil disputou e não ganhou até hoje, em apenas quatro o treinador não deixou imediatamente o cargo – mas apenas um resistiu até o ano seguinte e teve a chance de trabalhar em outra competição: Cláudio Coutinho, que levou a equipe ao terceiro lugar na Copa de 1978, na Argentina, e depois reivindicou o título de “campeão moral”.

Coutinho permaneceu por um ano e meio no cargo, e foi demitido após a má campanha na Copa América do ano seguinte, quando o Brasil foi derrotado pelo Paraguai nas semifinais.

O Píndaro de Carvalho foi mantido como técnico mesmo com a eliminação na primeira fase da Copa de 1930. Logo depois da competição, ele comandou a equipe em amistosos contra França, Iugoslávia e Estados Unidos, equipes que haviam disputado o Mundial no Uruguai e fizeram uma “escala” no Brasil antes de voltar para casa.

No ano seguinte, Carvalho foi substituído por Luiz Vinhaes, que se manteve no cargo até 1934. O Brasil foi eliminado logo na estreia da segunda Copa do Mundo, com uma derrota por 3 a 1 diante da Espanha, e o técnico ainda ficou no posto em alguns amistosos pela Europa, mas foi afastado na volta ao Brasil.

Ademar Pimenta, em 1938, e Flávio Costa, em 1950, foram dispensados logo após os fracassos. Zezé Moreira, de 1954, ainda comandou a seleção em dois jogos contra o Chile, no ano seguinte, mas meses depois deu lugar a Flávio Costa – que seria substituído por Vicente Feola, técnico do primeiro título mundial, em 1958.

Feola seria o treinador novamente em 1966, e pagou pela eliminação na primeira fase no Mundial da Inglaterra. Oito anos depois, Zagallo também foi demitido com o fracasso na Alemanha, em 1974.

Demitido duas vezes - Nem mesmo o único técnico a ter treinado o Brasil em dois Mundiais sem ter sido campeão escapou da sina: dispensado após a eliminação diante da Itália, na Copa de 1982, Telê Santana só voltou ao posto três anos depois, às vésperas de mais uma edição das eliminatórias - entre suas duas passagens, o Brasil foi treinado .por Carlos Alberto Parreira, Edu Antunes e Evaristo de Macedo. Mesmo a presença de Telê na Copa do México, em 1986, só foi definida meses depois. E, após a derrota nos pênaltis para a França, ele voltou a sair.

Sebastião Lazaroni, em 1990, Zagallo novamente, em 1998, e Carlos Alberto Parreira, em 2006, foram demitidos também imediatamente após a Copa – tanto que, meses depois, a seleção voltou a jogar com novos técnicos, respectivamente Falcão, Vanderlei Luxemburgo e Dunga, que engrossa a lista de "professores" mandados embora.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Colaboradores alternam papéis de 'pais' e 'filhos' em asilo de Sorocaba

Lar São Vicente de Paulo tem capacidade para 110 pessoas; hoje, são 97. Na festa dos pais, neste sábado (10), poucos familiares participaram. Publicado no G1 em 10/08/2013 Em um asilo de idosos há histórias infinitas e uma curiosa alternância de papéis entre seus moradores e aqueles que os atendem. Ora os cuidadores agem como pais, que zelam pelos menores detalhes: acompanham o lento e cuidadoso andar, servem comida na boca, ajudam a pegar algo que caiu no chão. Em outros momentos, são os filhos carinhosos que ouvem atentamente as histórias em busca de aprendizado. O Lar São Vicente de Paulo, em Sorocaba (SP), é um desses lugares. Com capacidade para atender 110 pessoas, ele conta atualmente com 97 internos que são atendidos gratuitamente – alguns deles chegam por vontade própria, outros levados pelas famílias. A casa tem cerca de 100 funcionários e outro tanto de colaboradores voluntários. Vítor Negrini, conhecido como “Cuíca”, é um deles, há mais de 40 anos. Casado pela s

No interior de SP, família do caçula corintiano sofre e vibra com vitória

Parentes de Giovanni, 18 anos, pediram a presença do meia e se emocionaram com a vaga na final do Mundial de Clubes Publicado no Globoesporte.com em 12/12/2012 “Põe o Gi!”. Não tinham se passado nem dois minutos do jogo entre Corinthians e Al Ahly quando Tite levou a primeira “cornetada” de um grupo de corintianos reunidos em Sorocaba, no interior de São Paulo. Uma turma que vibrou muito quando, antes de a partida começar, a TV mostrou o banco de reservas do Timão. O foco de tanta atenção era o caçula entre os “23 samurais”: o meia Giovanni, de 18 anos, que preferiu ir para o Mundial, mesmo na condição de provável reserva durante toda a competição, a defender o Brasil no Sul-Americano Sub-20 que será disputado em janeiro, na Argentina. Sua mãe, Silvana, a avó, Iracema, e a irmã, Caroline, reuniram alguns amigos e familiares para assistir ao jogo no salão de festas do prédio em que vivem, num bairro de clásse média de Sorocaba, com direito a café da manhã e muita fes

De Votorantim a Miami, Gustavo quer conquistar o mundo com o balé

Dançarino ganhou bolsa para estudar por um ano em academia americana. Aos 19 anos, ele trabalha como professor e sonha em viver da dança. Publicado no G1 em 24/08/2013 Gustavo Pacheco sabe o que quer da vida desde os 13 anos: ser bailarino clássico. Aos 19, depois de muitos saltos e exercícios, está prestes a dar um passo importante para realizar o sonho. Na próxima semana, o jovem morador de Votorantim (SP) embarca para os Estados Unidos, onde vai passar um ano treinando, estudando, dançando e saltando. Ele será aluno bolsista na Miami City Ballet, uma das academias mais promissoras do país. Ganhou a chance depois de um curso de verão de cinco semanas, do qual participou no mês passado, com todas as despesas pagas, após ser selecionado em audições realizadas em São Paulo. “Acho que fui bem, né? Sabia que nem todos os estudantes do curso de verão seriam selecionados para estudar o ano inteiro, então, desde o começo avisei a eles que eu tinha interesse. Depois de alguns dias